Muito boa
tarde
Em primeiro lugar, quero agradecer a todos vós pelo facto de estarem aqui comigo, neste
dia tão quente de Verão.
Quem aqui está, sabe da importância que este livro tem para
mim.
Desde que a Marta partiu, comecei por escrever-lhe todos os
dias uma carta. Nunca adormecia sem lhe escrever a contar-lhe os episódios do
meu dia-a–dia ou para lhe dizer como sentia a sua falta. Mais tarde, comecei a
pensar que poderia fazer um livro com as cartas, já escrevi 25 cadernos A4, mas,
como digo na nota introdutória, muitas das cartas eram tão intímas que eu me
iria expor demasiado. O tempo foi passando, muitas coisas, mas mesmo muitas
coisas aconteceram, nestes 20 anos... e apesar de nunca ter posto completamente
a ideia de parte, pensava que nunca conseguiria fazê-lo. Tive a sorte, num dia
de Outubro do ano passado, ter encontrado, aqui em Estremoz, o editor Jorge
Castello Branco e o escritor Joaquim Murale, que leram o manuscrito e
acreditaram no projecto. Com a ajuda do meu genro Bruno que fez a capa e a
organização das fotografias e com a colaboração precisosa de Joaquim Murale que
organizou o que estava numa completa desordem
e da minha filha Rita que tudo corrigiu, consegui cumprir os prazos a
que o editor me porpôs.
Não me vou alongar mais, este livro é uma homenagem que eu
presto à minha Marta, a minha Marta que se instalou num “buraquinho” junto do
meu coração, e nunca mais de lá saiu. Também acredito que possa ser uma das
estrelas que brilham no céu, mas acredito mais que a sua alma esteja dentro de mim, pois durante
estes 20 anos, ela têm-me acompanhado sempre, sempre, nos momentos bons, menos
bons, e maus que tenho passado... ela é a minha companheira constante... com
quem falo em pensamento, a quem peço ajuda, a quem falo dos projectos, das
alegrias, das tristezas e das saudades
enormes que a sua partida súbita me causaram.
A Marta gostaria e desejaria que esta apresentação fosse uma
festa e por isso vai ser um dia de alegria; assim, convidei as minhas queridas
alunas e amigas da Academia Sénior de Estremoz para lerem poemas da Marta, pedi
à Sandra Battaglia que dançasse uma dança muito especial para nós, pedi à minha amiga Risoleta que cantasse a acompanhar a Sandra na sua dança, pedi à Sílvia Rebocho, minha mais
recente amiga, que cantasse um ou dois fados, pedi ao Luis Rosa que tocasse
para nós, às minhas amigas Beatriz e Inês que dissessem um poema da Marta e que cantassem uma canção à sua escolha, pois a Marta adorava tudo
isso: ela adorava a dança, a música, a
alegria, a boa disposição, o convívio entre todos. Quem ler o livro vai concordar com aquilo que
acabo de dizer, a Marta gostava muito das pessoas, dos amigos, da boa
camaradagem.
Um bem-haja a todos e
a todas os funcionários da Câmara Municipal de Estremoz, que mostaram sempre
uma enorme disponibilidade para que os meus desejos se concretizassem.
Um enorme obrigada a todos por colaborarem comigo na
elaboração desta pequena festa e por dedicarem esta tarde à homenagem à Marta.
Zuzu
Passo a ler um texto que a vereadora Drª Márcia
me deixou para ser lido neste dia:
Minha querida amiga Zuzu
Infelizmente, por já ter férias marcadas há
bastante tempo, hoje não poderei partilhar consigo e com os presentes a
apresentação do livro da Marta. Chamo-lhe “livro da Marta” porque na realidade
este livro é dela. Foi escrito com muito amor, emoção, saudade e dor pela sua
mãe para que as estrelas lho fizessem chegar. E assim foi. O Universo cumpre
sempre os seu papel.
Como lhe disse, apesar de ainda não ter lido o
livro, li todas as cartas que escreveu à Marta no seu blog. Tudo numa única
noite. A sinceridade e intensidade da sua escrita emocionou-me de tal forma que
nessa noite não consegui dormir. Como é que eu poderia imaginar que aquela
mulher tão feliz e tão bem disposta que eu conhecia, vivia na dor de uma mãe
que perdeu um filho? Não deve haver dor maior!!!
Querida Zuzu,
a sua capacidade de gerir essa dor, de ajudar outras mães que vivem o
mesmo sentimento e de nos emocionar profundamente ao contar a história da
Marta, aumentou ainda mais a minha admiração por si. Que afortunada sou, porque
a conheci e me tornei sua amiga.
Beijinhos especiais.
Márcia
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